quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

VÁCUO

Tento encontrar alguma
coisa aqui dentro
e nada encontro
Não sei se perdi o tato
sei que nada sinto
e de fato
perdi a noção de tempo
o rumo
Perdi-me num momento
e não consigo mais
me encontrar
Não sei que caminho
eu devo tomar
Não sei pra onde ir
me refugiar
Eu quero sim
um lugar chamado Longe
um lugar distante
onde ninguém possa
me alcançar
E o que menos sei agora
é se devo
abrir meu coração
ou me jogar de cabeça no mar
Eu preciso pensar,
mas pensar não consigo
Vêem-me menina,
mas depois de tudo
o que aconteceu comigo,
menina não mais é
E a verdade é que nem sei
o que de fato sou
Sinto-me sozinha
ainda que rodeada de pessoas
Sinto o silêncio em mim
ainda que entre tantos murmúrios
Nada ressoa
E nem sei se é minha sina
prosseguir assim
até findar as linhas
desse horizonte "sem fim"
Porque tudo se acaba
e não sobra nada
a não ser pedaços
do suave pano
que formava os laços
que me mantinham
ainda aqui
Mas e agora?
Pra onde ir?
Eu não sei...
Acho que vou partir
Uma hora ou outra
vou sumir
Eu não consigo mais
O amor é tão ausente
e nada se faz presente
O vácuo em mim
me faz voar
e ter os pensamentos
dispersos no ar
E as palavras
que me são vida
estão soltas,
perdidas...
na expressão desse olhar
que pára sem motivo
pra continuar
O que me resta então
senão os olhos fechar?
Acho que é disso
que eu preciso,
descansar...
E o tempo
há de fazer
novo momento
até nada mais ser
Mas quem partiu o laço?
Quem me separou
do abraço?
Estou confusa
comigo mesma
O amor não se usa,
cuida-se...
E cuidado
é o que não há.
Então indago
- Ainda quantas lágrimas
hei de derramar?
Dissolveu-se a confiança
como o sal na água
Morreu a esperança
E, se tudo já se foi,
por que ainda estou aqui?
Minha alma se apagou
com os sonhos
que esse pobre coração
um dia delirou
Por que ainda estou aqui? -
ecoa pelo vento!
É minha hora...
não há mais tempo,
minha face não mais cora.

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